sábado, 19 de novembro de 2011

Caminho da Luz (Bike Luz) - 3º dia (Carangolas-Alto Caparaó)


Boas, amigos, leitores e visitantes que chegaram a esse blog por alguma razão.


Segunda-feira (14/11).


Como no dia anterior, os despertadores, pontuais como sempre nos chamavam para acordar e admirar mais um belo dia que se iniciava... e que dia maravilhoso!


Vista da janela do quarto que estávamos
Talvez a sensação de ser o último dia de pedal tornava aquele dia especial, mas na verdade pra mim todos os dias mereceram seus destaques especiais no meu calendário, seja durante  o planejamento, onde meses atrás já estava selecionando-os para essa realização, seja por cada momento vivido pelos lugares onde passamos justo naquele dia ou como esse, que até o momento dessa foto não sabíamos o que nos esperava!


Levantamos, preguiçosos sim, porém mais cedo que nos dias anteriores (mas não no horário agendado ao dormir). Tomamos um café no Hotel Central, que tem uma arquitetura bem antiga, até nos fartarmos...depois fomos ao quarto para arrumar as coisas e em menos de 10 minutos e já estávamos fechando a conta. (Agradecimentos aos funcionários que muito atenciosos desde nossa chegada até a saída, quando nos abasteceram muita água gelara e gelo).


Como de costume, despedimos pegamos as bikes na garagem, que estiveram o tempo todo em segurança, revisamos as relações (nossas e das bikes) e partimos à mais um dia de jornada.


Saindo de Carangolas calor de 30graus (10h da manhã)
De Carangolas à Caiana pegamos pouca elevação, nada que se comparasse o acúmulo do dia anterior, mas depois de tanta subida, por mais que se goste tem hora que desanima, mas mesmo assim fomos
enquanto me esperavam descansavam


 (fui) na minha cadência pegando gosto pelo pedal, pensando "cara, esse cansaço é assim mesmo, já-já passa... tira foto, curta a sua viagem" e assim fiz, registrando imagens até que entrei no clima da viagem novamente.


Atravessou a pista e nada aconteceu, sorte!?
Próxima Cidade
Sobe e desce constante


Pegamos uma pirambeira que demoramos um bocado para vencê-la, 
Neste ponto nem parece tão ruim
Após conseguir, com batimentos bem controlados, encostei a bike gritei um palavrão, tirei a foto da conquista e esperei os amigos


Meu troféu até o momento
Este lugar, trata-se de uma estação da antiga Ferrovia (que pega quase todo o caminho da luz) chamada Parada General
Logo os companheiros começaram a chegar
Mais uma perspectiva da subida
Pra quem achou fácil, a outra foto segue com zoom, "parece que o Rodrigo 'nasce' do chão" como meu filho descreveu.
Ficamos um bom tempo poe ali apreciando o que sobrou da estação, explorando e tentando imaginar como era em seu funcionamento.
"Natureza e tecnologia juntas" segundo Valeriano
Bem ao lado, encontramos uma fonte, onde enchemos as garrafinhas com água fresca, nos banhamos de garrafinha mesmo, para não estragar a fonte, para dar uma amenizada no calor que estava maltratando.
E seguimos para o trecho que definimos como mais bonito e divertido, pelo menos o que pudemos ver.
Singletracks de pirar o cabeção
Alegria de pedalar tinha voltado de fato


Trechos muito técnicos, mas com alforge não rola
Todos na Ponte de Pedra
Em quase 12km de pedal por esse lugar "nas alturas" passamos por uma gama de diversidades de terreno e vegetação fiz questão de registrar essa foto a um amigo cicloturista e escalador que faria esse pedal conosco mas infelizmente não pode, tá aí Ronaldo, olha essa parede!
Depois de muito tempo a confirmação de estar no caminho certo
Auto retrato (boa música, visual show, som porrada e amigos)
Após um bom tempo de pedal até chegarmos em outra estação, essa bem detonada, Ernestina
Como tudo o que é bom dura pouco, saímos da trilha da floresta e adivinhem o que veio a seguir.
SUBIDAS
Já estávamos fazendo economia de água, torcendo que outra fonte 'aparecesse' aos olhos para que pudéssemos nos refrescar novamente, calor insuportável mas seguimos empurrando as bikes, pois não podíamos limar as energias assim.
Última subida pesada antes de Caiana
Engraçado o nosso corpo e a sua individualidade que torna cada um de nós único, soa redundante mas é isso mesmo. Incrível como a cada determinado momento um sentia mais o esforço do pedal em momentos distintos seja fisicamente, psicologicamente e emocionalmente. Ah essa altura, eu estava me sentindo bem para pedalar, me sentia preparado para mais 100km, mas o calor era preocupante... e mais ninguém ficava marcando   os quilômetros que tínhamos superado ou quantos faltavam, estávamos curtindo o ciclotur. Eu, estava tão bem que havia até me esquecido do Rapaz que deu a informação errada no dia anterior... enquanto pensava, fotografava 


vi a 29er do Valeriano encostada junto a cerca e sem sinal do cara... quando chegamos mais perto constatamos o porque do abandono
Tomamos um banho, com direito a sabonete e xampu, ficamos cheirosinhos para chegar em Caiana em grande estilo, mas antes de continuarmos ó
A natureza contra a tecnologia, pneu de kevlar furado por um espinho de uma plantinha qualquer
Pit-stop executado com perfeição e seguimos sem maiores problemas
Entrada de Caiana, a segunda menor cidade que passamos 
Em Caiana, comemos alguns salgados, detonamos alguns refrigerantes e nos refrescamos com um delicioso picolé (que é fabricado em Alto Caparaó).


Obs1: Algumas pessoas me perguntaram por que corremos tanto se esse caminho podia ser feito em 4 dias. Explico:
1º Como começamos muito tarde no sábado, considerando apenas meio dia de pedal, estávamos com um atraso de 1/2 dia.
2º Ao chegar em Carangolas, conseguimos cumprir com o plano inicial de chegar lá no 2º dia.


Depois de abastecer em Caiana, pneu na estrada... e subida
Subida enjoada, mas fui sem parar
Começa a descida e vi Valeriano e Rodrigo me esperando, mas infelizmente não quis parar e me adiantei no descidão, até Espera Feliz.
Mais uma ex-estação ferroviária
Durante a elaboração desse ciclotour, indagamos a possibilidade de subirmos o Pico da Bandeira, confesso que aceitei a ideia mais pelo grupo do que minha vontade, por questões de horário de retorno para o Rio e outro fator importante, condições físicas (que até aguentaria fazer), com a hora avançando e sentindo que entraríamos mais uma noite pedalando e pior, subindo outras duas fortes paredes até Alto Caparaó fui desestimulando e meu rendimento caindo, 
Pedra Menina outra ex-estação
O flash já sendo ativado automaticamente
Pedalamos até a noite cair incrivelmente já próximo a Caparaó, uma silhueta de um cachorro grande com algo na boca, meu farol mal pode iluminar ao ponto de poder identificar o que era... acelerei o pedal até alcançar os amigos à frente e perguntei se eles tinham visto... Daí o Rodrigo solta "deve ser um lobo-guará que tem muito por aqui", se era ou não, ninguém sabe!


E chegamos em Caparaó,


sem saco de sair em fotos, sem vontade de me comunicar com os camaradas se quer  ânimo para falar as besteiras, aguardei o abastecimento e partimos, no breu  ao destino final, Alto Caparaó.


Eu, me esforçava em pedalar apenas para chegarmos em tempo para que Rodrigo e Valeriano conseguissem pegar o Parque aberto (22h) e iniciarem a subida até o Pico. De Caparaó até o Alto, são dois lances de subida de estradão, onde sai de aproximadamente 650alt. para 900, desce e volta a subir logo, entretanto mais fácil. 


Ao entrar na cidade de Alto Caparaó, começa a subir de 550 para 1050m de alt. em asfalto. O que é a motivação...ao ver as luzes da cidade, comecei a render melhor e peguei a dianteira puxando a turma que estava, naquele momento, demonstrando cansaço... rolou até uma brincadeira em relação a um pedido de coca-cola (no meio do nada).  


Subimos até a Igreja e queria SIM fotografar minha chegada na placa bonita
Kona e 29er, gurreiras a Astro preferiu buscar o que comer
Enquanto procurávamos a placa final, Rodrigo procurou a pousada pois estava com muita fome...


Na pousada, para comer precisaríamos aguardar e como dizia saudoso Lula "quem tem fome tem pressa" Rodrigo tinha reparado um restaurante por onde passamos, e pela hora 21:30h poderia fechar. Rui então mandou seu filho avisar que três esfomeados estavam a caminho.


Tomei banho, Valeriano... creio que também tomou pois estava de roupa trocada (pode ir à forra quando quiser amigo. kkk) o Rodrigo, a fome era tanta que 'emburacou' para o restaurante pedindo tudo que tinha e mais um ovinho com a gema mole (rs).


Atacando a entrada
Fomos bem servidos com entradas (caldo verde ou canja) e depois o prato principal arroz, feijão, farofa e carne de porco frita que chegou estalando de quente... ah, também pedimos o ovinho com gema mole... pra arrematar um licor de jaboticaba ou jabuticaba (tanto faz) seguido de um bombom.


Foi comer e sentir a zonzeira bater dando sinais de cansaço extremos... cama!


Obs2: 
1º Nesse restaurante, a proprietária nos fotografou e vai colocar na parede (moscas?), 20/01/2012 o Rodrigo vai verificar se realmente estamos na parede.
2º Apesar de termos chegado no horário para pegar o Parque aberto, ninguém tinha a mínima condição de ir... só se fosse na raça mesmo. 
3º A decisão por não fazer a subida foi muito sábia pois o tempo fechou na madrugada e parecia que oi mundo ia acabar... temporal!


Por trás dessa(s) nuvem(ns) tem o Pico da Bandeira
Tomamos um café, honesto, na pousada enquanto aguardávamos a van para nos transportar de volta à Tombos.


O que não tinha na mesa era só pedir que serviam


Registrei algumas fotos como acima eis que chega nosso motorista
bikes acomodadas
Bikers felizes
Toca o bonde motorneiro
Obrigado Rui pelo tratamento e estadia, obrigado Sergio, 'nosso Vereador' por nos conduzir até Tombos em segurança
Sérgio, Rodrigo e Valeriano
Saldo do dia:
- 67km
- 5h40m de pedal efetivo
- 1 pneu furado
Todas as minhas fotos AQUI faltam as fotos do Rodrigo e do Valeriano


Podemos considerar que fizemos o caminho em 2dias e meio?




Agradecimentos:
Agradeço a Deus e família que deixou que esse passeio acontecesse, agradeço aos amigos Rodrigo e Valeriano que aguentaram meu mal humor e aturaram e riram das merdas que falava mesmo quando eles estavam de mal humor. A troca de apoio constante e a decisão tomadas juntos mesmo contra a vontade foi de grande valia para chegarmos bem no final.


Sobre o Caminho da Luz:


Com o mínimo de preparo e vontade de fazer valer a pena estar ali já basta para percorrer o Caminho da Luz, seja caminhando, pedalando ou cavalgando. Tanto faz se for com todo o apoio da Abraluz ou alternativo como fizemos. Basta deixar a mente aberta à novas experiencias... dê oportunidade para conhecer outras pessoas, outra cultura... entre na simplicidade das pessoas ouça suas histórias e faça, pelo menos por algumas horas, parte da vida delas.




Obs3:
1º Desculpem a demora, mas estava com o computador fuerrado e tive que formatá-lo
2º (sem paciência) Por causa desta M. de formatação, perdi todo o GPS track-log do bryton restando apenas os dados básicos de um ciclocomputador.
3º VAMOS PEDALAR.

Em breve agende de fim de ano!